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Desafios e oportunidades da energia renovável no Brasil

De acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), 93,1% da energia gerada em 2023 no Brasil veio de fontes renováveis. O destaque ficou por conta da energia solar e da eólica, que tiveram uma alta de 23,8% em relação ao ano anterior. Com o país se destacando cada vez mais na geração e consumo de energia renovável, torna-se ainda mais necessário falar sobre os desafios e oportunidades enfrentados por esse setor.

Por isso, vamos falar aqui sobre o panorama atual da energia limpa no Brasil, os benefícios para a economia, o meio ambiente e a sociedade como um todo, além dos obstáculos que vêm sendo encontrados. Confira!

O panorama atual da energia renovável no país

Como já dissemos, a energia renovável vem ganhando destaque no Brasil. Em 2022, por exemplo, segundo a quarta edição anual da Global Electricity Review, publicada pelo think tank de energia Ember, o país foi líder em energia limpa entre os membros do G20. Nesse ano, 89% da eletricidade gerada aqui vinha de fontes limpas, sendo 63% de energia hidrelétrica, 12% de energia eólica e 3% de energia solar.

Ainda em 2022, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) divulgou que o Brasil está entre os 10 países que mais geram energia solar no mundo. Nesse mesmo período, houve um investimento de mais de R$ 45,7 bilhões nessa fonte de energia.

Ou seja, com um vasto potencial em fontes renováveis, estamos caminhando para uma matriz energética mais limpa e sustentável. E, como já destacado, as energias eólica e solar vêm se destacando e esse crescimento é impulsionado não apenas pelo compromisso com a sustentabilidade ambiental, mas também pela busca por soluções energéticas mais econômicas e resilientes.

Porém, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos em relação à energia renovável, como questões econômicas, regulatórias, burocráticas, dentre outras. Apesar disso, o futuro parece promissor, com oportunidades de crescimento, desenvolvimento tecnológico e redução das emissões de gases de efeito estufa.

Obstáculos enfrentados pelo setor de energia renovável

Mesmo com o crescimento e destaque dos últimos anos, o setor de energia renovável enfrenta uma série de obstáculos que afetam seu desenvolvimento e adoção em larga escala. Esses são alguns dos principais:

Alto custo das tecnologias renováveis

Economicamente, o obstáculo são os custos elevados das tecnologias renováveis em comparação com fontes tradicionais. Mesmo em condições de mercado favoráveis, representa um custo alto.

Incerteza e burocracia

Um obstáculo da energia limpa no Brasil que afeta a confiança de investidores é a incerteza política e regulatória em razão da instabilidade de políticas e marcos regulatórios. Além dos obstáculos institucionais e administrativos, como procedimentos de licenciamento complexos e demorados, que também afetam negativamente o setor.

Barreiras de mercado

Existem, ainda, questões relacionadas ao mercado, como estruturas de preços não competitivas, falhas de mercado e falta de subsídios contínuos para combustíveis fósseis.

Financiamentos e infraestrutura

Outro grande problema para quem deseja investir nas fontes de energia renováveis é a falta de oportunidades de financiamento e subsídio. Isso, somado à dificuldade na integração da energia renovável à infraestrutura existente, cria um ambiente desafiador para investidores e desenvolvedores.

Falta de conscientização e especialização

O conhecimento limitado sobre energias renováveis e a falta de especialização por parte de trabalhadores dessa indústria e a aceitação pública limitada também são desafios a serem superados.

Potenciais oportunidades de crescimento e desenvolvimento

O Brasil tem um potencial natural imenso para a produção de energias renováveis, incluindo os diferentes tipos de energia solar, eólica, hídrica e biomassa. De acordo com o Atlas Brasileiro de Energia Solar de 2017, por exemplo, o potencial solar do país varia de 4.444 Wh/m² a 5.483 Wh/m².

Entretanto, outros países com incidência solar muito menor, como China, Estados Unidos e Japão, ainda estão na nossa frente em relação à produção de energia solar. Além disso, a energia eólica pode ser explorada em diversas áreas costeiras e no interior, aproveitando os ventos constantes em várias regiões. Ou seja, há um potencial inexplorado que pode fazer o Brasil se destacar ainda mais no cenário internacional de energia limpa.

Políticas públicas favoráveis

Em relação aos obstáculos citados anteriormente, eles representam, também, oportunidades. Para isso, vão ser necessárias políticas públicas eficazes, como feed-in tariff (também chamada de FIT, é um tipo de subsídio para o uso de energia renovável), leilões de energia, certificados verdes, incentivos fiscais e outras políticas regulatórias que incentivem investimentos e a produção de energia renovável.

O financiamento público também é necessário para viabilizar projetos de energia, enquanto políticas de inovação devem ser implementadas para promover pesquisa e desenvolvimento de tecnologias renováveis. Essas medidas são fundamentais para impulsionar a transição energética no Brasil e alcançar metas sustentáveis de longo prazo.

Além disso, a diversificação da matriz energética brasileira pode aumentar a segurança energética do país, pois com a diversificação vem também uma redução da dependência de fontes não renováveis, como o petróleo e o carvão.

Por esses motivos, é possível dizer que o Brasil pode se tornar um líder global no setor de energia renovável. Basta aproveitar o seu vasto potencial natural, a demanda crescente por energia limpa e contar com o apoio de políticas públicas favoráveis, como o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de 2024 que destinou um investimento de R$73,1 bilhões em obras públicas e privadas de construção de usinas fotovoltaicas, eólicas e hidrelétricas.

Mercado Livre de Energia

A abertura do Mercado Livre de Energia para consumidores conectados em média e alta tensão, o chamado “Grupo A”, em 2024 pode também servir como um impulsionador para a energia limpa no Brasil. Ao permitir que consumidores escolham seus fornecedores e negociem diretamente com eles, há a promoção de competição e por mais inovação no setor elétrico.

Para os produtores de energia renovável, o mercado livre oferece uma plataforma para comercializar sua eletricidade de forma mais flexível e atrair investimentos. Do outro lado, empresas e consumidores que buscam fontes mais limpas de energia têm a liberdade de contratar diretamente fornecedores de energia renovável, criando uma maior demanda por essas fontes.

A competição no mercado livre pode resultar também em preços mais competitivos para o consumo de energia renovável, tornando-a uma opção mais acessível para uma variedade de consumidores. Dessa forma, o mercado livre de energia tem o potencial de catalisar o crescimento desse setor no Brasil, estimulando investimentos, ampliando a participação de mercado e contribuindo para uma matriz energética mais sustentável e diversificada.

Conte sempre com quem é autoridade no assunto

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